Reflexo do Tempo
Na mansão de sombras frias
Onde o vento canta e chora
Segredos dormem nas vigias
E o mistério nunca demora
Nas paredes há histórias
De amores e traições
De antigas, tristes memórias
De almas em suas prisões
No corredor, passos ecoam
Sombras dançam sem ninguém
Sussurros que ao longe entoam
De um tempo que já foi além
Relógio bate meia-noite
A lua espreita sem fitar
O silêncio é um açoite
Que a coragem faz recuar
Portas rangem de repente
Um lamento no escuro soar
Um frio que gela a mente
Medo que começa a brotar
Lá no espelho, um reflexo
Não de um rosto, mas de dor
Olhos que trazem perplexo
O abismo do terror
Quem ousa caminhar sozinho
Pelos salões do esquecimento
Enfrenta o destino mesquinho
De um eterno tormento
Por fim, a verdade aparece
No último suspiro de paz
A alma, que nunca envelhece
É um laço que nunca se desfaz