De repente...

É somente tristeza, e tristeza passa,

Deve ser a quietude da noite escura;

Ou essa dor que ainda resta, mistura,

De sais do corpo e da alma, ressaca...

De dias tão iguais, cansaço talvez...

Sonhos estranhos em horas febris,

E seguir não é escolha, e se desfez;

Sentido, sentimento retido, um triz,

E a escrita em giz, na louça do tempo,

Uma xícara tão linda e um café ruim;

Talvez a tristeza vá amanhã, assim...

Como de repente, vem e vai o vento.