ESTRANHA REALIDADE

Sepulto sonhos na minha cabeça.

Enviuvadas estão as esperanças minhas.

De alegrias, saudosa, minh'alma aliena-se,

Perdida nessa vida perdida.

Esvaeço em dor quando meu peito sangra,

Rasgado e putrefeito pelo fio da lâmina.

Misericordiosos, se friamente vistos,

Pois que rabiscam o triste fim de tudo.

Caem ao chão o encanto de quem como um canto

Tinha os olhos à frente e a cabeça no ar;

Arriscava sorrir, não temia amar...

Caminho de luto entre os jazigos meus,

Penando por entre os sonhos mais belos

E amaldiçoando esse momento de adeus.