Explicações subjetivas para problemas pessoais
Desculpas gastas; opacas,
De sentido único: direto ao precipício
Marchando e caindo
Em cadência invejável.
Sequer existe, ainda
O susto do início;
Metáforas sobre princípios;
Sentimentos excessivos
Sobre desgastes viciosos
E outros ritmos cacofônicos.
Dentes que rangem, pelos que arrepiam
Ouriços bípedes que espetam
Qualquer coisa que tentam os tocar.
Gotas de sangue pelo chão
Pingando, minguando, fechando
Um dedo agora arisco
Que não se arrisca a tocar
Qualquer armadura que reluza;
Qualquer ponta que possa lhe furar.
Noites em claro, dias escuros;
Há penumbra nestas etapas
Que parecem nunca se encontrar.
Uma força imparável,
Contra um ego imóvel,
Passando tão longe um do outro
Que certamente nunca irão se abraçar.
São as miragens que vemos nas nuvens
Que evaporam do topo de nossas cabeças
E se condensam antes de desabar:
Os traços finos que caem,
Contam histórias fascinantes
Para aqueles que não tem medo de se molhar.
Épicos sobre heróis, vilões
Sobre terceiros e suas visões
E como linhas imaginárias podem nos atingir.
Como a carapuça justifica a armadura,
E a repetência os espinhos;
Como os gritos que ecoam parecem tangíveis,
E como eles não se fizeram sozinhos.
Contos sobre derrota e fundo do poço,
E sobre as pás que te jogam ao atingi-lo.
Desculpas gastas, opacas, de fato
Mas cujas raízes se movimentam
Junto de minhas entranhas;
Puxando as pequenas cordas que amarram
Meus cinco sentidos que agora desabam
Numa terra que nunca me foi estranha.