Explicações subjetivas para problemas pessoais

Desculpas gastas; opacas,

De sentido único: direto ao precipício

Marchando e caindo

Em cadência invejável.

Sequer existe, ainda

O susto do início;

Metáforas sobre princípios;

Sentimentos excessivos

Sobre desgastes viciosos

E outros ritmos cacofônicos.

Dentes que rangem, pelos que arrepiam

Ouriços bípedes que espetam

Qualquer coisa que tentam os tocar.

Gotas de sangue pelo chão

Pingando, minguando, fechando

Um dedo agora arisco

Que não se arrisca a tocar

Qualquer armadura que reluza;

Qualquer ponta que possa lhe furar.

Noites em claro, dias escuros;

Há penumbra nestas etapas

Que parecem nunca se encontrar.

Uma força imparável,

Contra um ego imóvel,

Passando tão longe um do outro

Que certamente nunca irão se abraçar.

São as miragens que vemos nas nuvens

Que evaporam do topo de nossas cabeças

E se condensam antes de desabar:

Os traços finos que caem,

Contam histórias fascinantes

Para aqueles que não tem medo de se molhar.

Épicos sobre heróis, vilões

Sobre terceiros e suas visões

E como linhas imaginárias podem nos atingir.

Como a carapuça justifica a armadura,

E a repetência os espinhos;

Como os gritos que ecoam parecem tangíveis,

E como eles não se fizeram sozinhos.

Contos sobre derrota e fundo do poço,

E sobre as pás que te jogam ao atingi-lo.

Desculpas gastas, opacas, de fato

Mas cujas raízes se movimentam

Junto de minhas entranhas;

Puxando as pequenas cordas que amarram

Meus cinco sentidos que agora desabam

Numa terra que nunca me foi estranha.

João G F Cirilo
Enviado por João G F Cirilo em 03/06/2024
Código do texto: T8077457
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