O amor acaba
O infinito se suicida no horizonte
As palavras perdem semântico
Os signos são garatujas sem sentido.

 

O amor acaba
A cumplicidade se esvai.
O silêncio vira um inferno
Sem Dante ou diabretes.


O finito nos apresenta como mortais

O afeto se gastou.
A teia de lembrança se desfaz.


O implícito vira explícito
E tudo é mera alegoria de mau gosto.

Só resta desgosto.

 

O amor acaba
Não posso fazer nada.
Somente assistir o apocalipse
E tocar harpa ou banjo
Tanto faz...

 

O risível se torna frugal.
O olhar se torna fatal.
A indiferença congela tudo.

 

E no topo do iceberg
gritamos sem pulmões.
Gememos com a dor imaginada
E tudo, absolutamente tudo é banal.

 

O amor acaba.

E na lápide inscrevemos:

Um dia, amei demais...

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 30/05/2024
Código do texto: T8074683
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