O amor acaba
O infinito se suicida no horizonte
As palavras perdem semântico
Os signos são garatujas sem sentido.
O amor acaba
A cumplicidade se esvai.
O silêncio vira um inferno
Sem Dante ou diabretes.
O finito nos apresenta como mortais
O afeto se gastou.
A teia de lembrança se desfaz.
O implícito vira explícito
E tudo é mera alegoria de mau gosto.
Só resta desgosto.
O amor acaba
Não posso fazer nada.
Somente assistir o apocalipse
E tocar harpa ou banjo
Tanto faz...
O risível se torna frugal.
O olhar se torna fatal.
A indiferença congela tudo.
E no topo do iceberg
gritamos sem pulmões.
Gememos com a dor imaginada
E tudo, absolutamente tudo é banal.
O amor acaba.
E na lápide inscrevemos:
Um dia, amei demais...