Ecos de terremoto

A dor que corrói minha alma

arranca minhas vísceras

em cortes profundos,

que se estreitam

e, às vezes, aprofundam.

A terra treme.

Vociferam as vozes

e dói, dói lá no fundo

nas palavras.

Quanto mais sangue

mais tinta à pena,

que desliza em seu ballet...

e vai correndo em minhas linhas

louco,

cambaleante...

Dor.

Traição.

O mundo inteiro a rodar.

Ecos de terremoto.

O que sobra de mim,

na dor e no grito escondida,

veste a máscara mais linda..

Noite escura.

A dor nos mata aos poucos...

Alma ferida

corta os pulsos,

numa noite nua...

sangue e mais sangue,

e mais a caneta escreve

e mais o poema fere...

A alma sofre.

Uma dor profunda,

imensurável!

Ecos de terremoto.