A valsa dos falsos
O poeta
escreveu.
A artista
esculpiu.
o sorriso que é teu,
no meu lábio sorriu.
A valsa na estátua,
imóvel e fria,
A valsa no salão,
rápida e árdua,
assim rodopia.
Rodin rodaria
se houvesse interação.
Se juntarem par
na quadrilha
ou em alto mar
sozinhos numa ilha.
Casimiro de Abreu,
enciumado.
Camille Claudel,
de lado.
Corações partidos.
Maus e arguidos.
No céu não entrarão.
Que sejam esquecidos.
Não têm perdão.
Imemorável
Insensível
Inominável
Desprezível
Não pensou o pensador
quando fizera
juras de amor
àquela
donzela
que tanto o amou.
Quem deras que sintas
as dores de amor .
Que exagero pensar
que morrem de dor.
Impossível romance.
Por que meu senhor?
Não dá uma chance
ao sofredor.
É parte oposta
da dádiva da criar.
Eu quero resposta
e quero pra já!
Posso eu ser artista
e ter alegria no viver?
tendo em vista
que não quero sofrer.
Ou há um contrato
com o termo velado:
de criar e sofrer.
Sei que sofres
com Tua criação
ora não chores
é a condição
por mais que rogues
ossos da profissão