Torrente

Não é Veneza,

É alagamento da beleza,

Rural e urbana,

Onde não baixa,

Tudo é lama,

Tragédia e drama,

O quanto vale a vida humana?

Em um Porto Alegre,

Tristeza atracou de repente,

O rio que sobe,

Inunda não só as ruas,

Mas o corpo e alma de gente,

Toda esta trama,

Arquitetada por descrentes,

Que fazem da política,

Moeda de troca,

Enchendo os cofres dos indulgentes.

A água invade as casas,

Derruba portas, paredes,

Todas lembranças se perdem,

Em lodo,

Lama corrente,

Telhados são habitados,

O desespero é frequente,

E todos olham aos céus,

Chuva não para,

E cai,

De uma forma,

Torrente.

Ilhados,

Desabrigados,

Corpos de gente inocente,

Ajuda de voluntários,

Anjos sem asas,

Volta a esperança,

No humano,

Quase Santos,

Pessoas proeminentes.

Mas a maldade que é sempre frequente,

Saqueia lares,

Roubam,

Tudo aquilo que não os pertences,

Tragédia humana,

Tirando o pouco,

Tão indiferentes,

Fatalidade,

É oportunidade,

Para quem o mau,

Tem valor,

É uma vertente.

Um sul em águas,

Um norte em chamas,

Politicagem nas redes,

E a mentira deita,

Pois seguidores doentes,

Montam a cama.

Mobilização civil,

Para sanear,

O desespero desse povo,

Esquecido por lá,

A água tá subindo,

Se esperar do poder público,

Todos vamos nos afogar.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 08/05/2024
Reeditado em 08/05/2024
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