A flor da pele
Os gritos, o desespero
A desumanização
O impacto ambiental
Atravessando corpos
Os telhados que viraram ilhas
A espera de um resgate
A vida cotidiana se despedaça
E desaparece em enchente
E quem passa, sente. Perde.
E tudo desmorona
Em questão de poucos minutos
Semblantes vazios e esgotados
Um Estado que eclodiu
Numa gama de fatores
E de uma natureza implacável.
Quem passa, sente.
Lutas diárias para conquistar
Um espaço seu, um lugar seu
Pra chamar de lar.
Vidas perdidas, pessoas desaparecidas
Uma manta densa de tristeza
Que atravessa o Rio Grande do Sul
Para sempre em cada um
Em proporções diferentes
Para cada um que aqui vai continuar
Uma tragédia incomum!