ROTINA
Sonhamos ser
Não fomos
Não traçamos
Uma senda fluente
Não fizemos
Por merecer
Nos perdemos
No gris do crono
Fragmentamos
O verbo amar
Desencantamos
A poesia transcendente
Urgente
Luzente
Em cada olhar
Deixamos
A realidade
Nos emoldurar
Criamos intimidade
Com a rotina
Desalamos
As almas meninas
Simplesmente
Fechamos a cortina
Do teatro vida
E vivemos
Por viver...
Não há o que fazer
Com o nosso silente
Diáfano estado
Não há culpados
Nem inocentes
Há somente
A reticente mesmice
E uma velhice
Que rasura
A figura
Sem piedade.