Espinhos
Silêncio!
Preciso pensar.
A cabeça não para,
O coração acelera,
Tá tudo rodando,
Estou me escorando,
Ando cheio de pressa.
A culpa invade,
E deixa sequelas,
Vou continuando,
Em meio ao pranto,
A saudade aperta.
Do tempo que era menino,
Moleque corria,
Em meio a vielas,
Sem ter compromisso com nada,
E felicidade,
Era arroz e feijão na panela.
Hoje me sinto tão fraco,
Não vejo saída,
Em meio a mazelas,
Portas foram trancadas,
Pior,
Não consigo,
Pular a janela.
Sinto-me um derrotado,
O sistema me fez,
Perder a biela.
Quero um colo,
Carinho,
Conforto de um ninho,
Para agir com cautela.
Choro no escuro,
Sozinho,
E da solidão,
Estou sob tutela.
Doem,
Sobre mim os espinhos,
Que mesmo cravei,
Diante de todos,
Buscando enxergar,
Todas as cores,
De uma aquarela.