Cicatrizes
E naquele momento
senti o calor.
Como chama a tomar conta
de todo o meu corpo.
A ardência
doendo na carne;
a pele suada,
fervilhante;
a garganta tomada
pelo grito da dor.
Encolho-me como
criança em ventre materno;
busco um colo que não existe.
A solidão invade,
desespero da alma vazia.
Um negro vazio
ao redor de mim,
silêncio.
É mais forte que
a vontade
de resistir.
Talvez uma loucura
inconsciente;
insana vontade de querer
e ao mesmo tempo
odiar.
Perde-se
a noção, razão,
direção.
Perdida em
em um mundo de ilusão.
O caos desse viver insano
buscando o impossível.
Restam marcas,
cicatrizes...
Eternas tristezas
cravadas
na linha da vida.