Alma dorida
AH! alma triste a sangrar desmerecida;
dilacerada por um ímpeto de dor
que chora como o vento a despedida...
a queimar em fogo, os prantos do desamor.
Embarga no grito, no silêncio trancado
cada lágrima, cada mágoa em sí marcada
esvanece cada momento dentro de sí guardado...
Ahh! Alma repelida, alma...alma apunhalada.
Chora, chora esta dor guardada...chora
e lava, arranca, mata a maldita solidão
que noutros tempos foi vida...foi emoção
pura de risos...e que hoje jogas fora.
Aquieta-te na lembrança esquecida
do amor que um dia sentiu e viveu...
Nem retomes a esperança de vida
que como onda passou e agora morreu.
Vai alma, trancas a porta e adormeça
mataram-te os sonhos todos de amor...
Descansas em paz agora, não esmoreça...
Há-de chegar o momento de sentir-te amada,
e não mais gritar na voz embargada
momentos de amargura e dor.