Memórias Compartilhadas
Antes do último adeus, o mundo para.
O coração fica sobrecarregado com uma tristeza indesejada.
Em um momento que se estende até o infinito, uma retrospectiva é criada na mente, com imagens do passado desfilando na memória, contando uma vida inteira que foi compartilhada.
Infelizmente, amanhã, ao expressar a dor da saudade, serão apenas histórias contadas.
Diante da madeira fria, vejo que repousa um pedaço da minha vida, dividindo-me em dois mundos.
As mãos tremem, os olhos buscam entre as flores o rosto que tantas vezes me olhou com carinho.
O silêncio é interrompido por soluços e preces.
A realidade pesa, uma verdade que a mente entende, mas o coração se recusa a aceitar.
Afinal de contas, como pode alguém que amamos hoje se tornar apenas uma lembrança?
Abraços são compartilhados, palavras de conforto são expressadas.
No momento presente, elas não surtem efeito, mas mesmo assim são guardadas.
O desconforto da alma torna-se desesperador.
Grãos de terra são colocados, dando início ao último adeus.
O eco da consciência é ativado, dando sinais ao subconsciente.
Uma enxurrada de sentimentos se faz presente: tristeza, repulsa, culpa misturada com gratidão.
Seguir em frente, mesmo sentindo-se incompleto, torna-se a única opção.
Na sequência de cada passo, deixo para trás não apenas uma homenagem, mas também um pedaço de mim.
No entanto, em cada instante, suplico a Deus força para continuar.
E com o último adeus, finalizo com a promessa de que um dia nos reencontraremos.