Mal-estar existencial
E de novo estamos aqui doendo,
e se doendo, enquanto nós nos amamos
dolorosamente; e, em dores, bailamos
na triste dança universal do tempo.
Estamos aqui, todos, aprendendo
a conviver com a dor de existir,
tentando esquecer todo o sofrimento
com um anético pra não ruir…
Todos nós temos o nosso anestésico.
Uns, a bebida; outros, algo poético.
Porém, não há como fugir de si.
E por não poder fugir de si mesmo
meu ser procura completar o cesto
da memória, em seu lúrido devir.