névoa cinza
na cidade dos sonhos perdidos
sumiste dos meus olhos vistos
despedi-lhe sem dizer em tuas mãos
o que batia em meu machucado coração
no voltar
das chuvas
o olhar
a alma viúva
da paixão envolvida
pela artéria ferida
no caminhar
dos pés descalços
deixa encalços
de um contar
das histórias profanas e imaculadas
das condenatórias marianas e declamadas
o sereno da rua feita das dores
o aceno a nua forma dos tremores
eu volto só para minha casa
com o cupido que perdeu as asas
e conseguiu quebrar as flechas
naquela névoa cinza