Quando Morre o Amor

Quando o amor morre,

Morre junto a poesia,

Mas não morre a nostalgia,

A lembrança é uma dor que angustia.

Quando morre o amor,

Ficam-se lembranças fugidias,

Do que foi e do que poderia ser,

Morre um futuro que o coração pressentia.

Quando morre o amor,

Apaga-se aquela eterna chama,

Que o poeta dizia ser infinita,

No final, restam apenas cinzas.

Quando morre o amor,

Toda cor que antes se fazia esplêndida,

Torna-se ao longo do tempo, tons de cinzas,

O mundo já não tem mais cores, apenas dores.

Quando morre o amor,

Morre por que nunca existia,

Não morre o amor, morre a alegria,

Desfaz-se as quimeras, em que o coração se iludia.

Quando morre o amor,

Seu funeral é solitário jazigo de desilusões,

O enterro, uma profunda cova em nossos corações,

Coberto até o topo de nossas profundas emoções,

Quando o amor morre,

O luto conjura lágrimas sobre a cova em profusão,

Com o tempo a dor passa, a lembrança fica,

Da mesma cova brota, ainda tímida, uma nova emoção.