Fragmentos
Minha patife carcaça encontra-se desmembrada. De acordo com minhas lembranças, desmembrada pelo egoísmo, pela arrogância... por meu próprio heroísmo sem nenhuma relevância. No fundo, desmembrada por tudo aquilo que recebi, e não mereci. Não mereci nenhum ataque, e também nenhum isolamento. Não, eu não sou o porto seguro... eu sou o abismo.
Desconhecido, impuro. De nada vale o cinismo se você conta com uma pobre virtude. E não, não sou tolo ao ponto de contentar-se com a ideia de que pobreza resume-se aos bens materiais. As aves que rodeiam a minha carcaça são fiéis aproveitadoras de todo o meu potencial. Extraem minha presente essência, e corrompem meu futuro em ascendência.
Tolas hienas. Contentam-se com o pouco, e com o pouco vivem... ou sobrevivem? Eu sou o abismo que abraça o desconhecido. Eu sou a noite que engole o brilho da esperança. Eu sou uma criança? Brinco com a imaginação, mas jamais com a realidade.
Atroz. Calam minha voz, mas jamais o meu espírito... libertino e depressivo. Assim, sigo... desmembrando-me para manter-me inteiro, e só...