Não é sobre chuva
Logo que parar de chover
Eu voltarei a sair
Enquanto a estiagem não vier
Permita-me imergir
Foge do meu controle decidir
Não sou eu que escolho
O que controlo é se devo ou não ir
Mas se sair, agora, na chuva, molho
“Você não é de açúcar” é o que falam
Mas a chuva não molha ninguém igual
Capa, guarda-chuva, uns até rezam
Não há denominador comum para temporal
Aprecio os que a enfrentam com firmeza
Apenas se secam e vão em frente
Entendo quem se esconde até sob a mesa
Isso vai bem mais além que ser valente
Mas há algo de lindo nesse tempo
Sementes florescem ao serem irrigadas
Com certeza haverá um verdadeiro campo
Saiba, sementes foram semeadas
Logo vai parar de chover
Eu voltarei a sair
E quando a estiagem vier
Me verão emergir