Poesias que me reescrevem
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Na noite em que o sentimento
Ultrapassa a alma,
E rasga a pele,
Eu sento e choro.
- Choro porque estou só.
Choro porque alivia o desgosto
Distribuindo a dor em lágrimas
Por outros membros do meu corpo-.
No momento em que sinto
Que essa raiva me estrangula
Que essa solidão agride
E que essa covarde depressão me domina;
Eu desisto de repensar a vida.
-Não fumo mais, porque não há mais fantasia
Em ver na fumaça que se esvai
Alguma possível saída-.
Hoje, não me entrego
aos delírios da embriaguez;
(Que me rendem uma ressaca na manhã seguinte.)
Nem me perco mais em
livros de auto-ajuda;
(Não conseguirei mesmo me tornar Buda.)
Tudo o que me supre nessa noite
Em que solitariamente despedaço-me
São as minhas poesias...
- Que perto assim de mim,
Comportam-se como amigas.
Não tem críticas a me tecer.
Fazem-me companhia-.
Nem cedem ao sono
Quando necessito que estejam perto.
E são estas (porcarias) poéticas que escrevo,
Que me deixam menos aflita
- Será que não conseguiria usá-las
E reescrever a minha vida?-
(Jessiely)