O triste Bem viver
Olhos baixos, fitam o chão
cinza igual a alma
Tudo muito branco
Paredes cama roupa
uma prisão
Não tem cela
Só a solidão
Que aperta a razão
poderia sair
mas opta ficar
será indecisão?
Parece não ter duração
Não aceita uma ligação
Nem uma aproximação
Não sente o abraço
Só da coberta
ninguém seca sua tempestade
Talvez não queira
Seria sua fraqueza
quando já foi tão forte
repele
o calor humano
Sentir o aperto
Talvez o medo
mas sente o silêncio
Existir
Insistir
enlouquecer
A espera do fim
Tão esperado epílogo
E a memória ressuscita
Assombrando o presente
Fantasmas da mente
Vem como vento da saudade
O barulho do ventilador
O tic tac do despertador
A contagem para os dias
Ao final deles
Ainda restam tempo de sobra
Canta uma canção triste
A dor tem cheiro de medo
Os dias tão inteiros
Imensamente sorumbático
Ninguém escuta suas melúrias
Mas eu precinto seu padecimento
A pena por uma vida vivida
Por suas falhas
Ao final dela
A sombra da luz que foi um dia
Plantou árvores sem querer os frutos
O amor só corresponde quando bem plantado
Quando for florido
Quando vier os frutos
E quando envelhecer se tornar anagógico
Teoricamente
Porque sem ter regado
Meu amor por vc enraizou