O Acordo
No elo dos amores, uma promessa feita
A benção do filho, numa dança perfeita
Mas cuidado, ó coração, ao afirmar
Pois a verdade, por vezes, pode se revelar
Filho, a dádiva sublime, que se desenha
Em traços de afeto, em cada linha uma resenha
Contudo, alerta, oh, coração inocente
Pois nem sempre é um caminho coerente
No acordo dos sonhos, o casal planeja
A benção se torna doce, se enseja
Mas, cuidado, quando a trama se desfaz
E a gravidez é um golpe, não é paz
Quando a semente é plantada sem consentimento
A benção se torna um fardo, um tormento
No jardim da confiança, uma erva daninha
Cresce a sombra da intriga, trazendo ruína
O fruto que germina sem o acorde mútuo
Não é bênção, mas um nó, um luto
A vida em comum, que era sonho e esperança
Torna-se uma triste dança de desconfiança
Assim, ó coração, não te deixes enganar
Pela fachada de uma benção a brilhar
Filho é tesouro, quando gerado no acordo e no amor
Em união, em pacto, em doçura e ardor
Que a verdade prevaleça no pacto selado
E a benção do filho seja fruto amado
Pois só no consentir mútuo e sincero
A vida floresce em um jardim verdadeiro