Angústia comum

Meu coração coça o regurgito.

Vejo cemitérios em pessoas,

o desespero abraça os olhos,

e aperta tristeza na terra dos mortos.

Sigo o pressentimento do terrível.

Atento-me ao invólucro

espasmo da existência,

pulsa com o fel da mão de Cristo,

escorre o sangue do homem,

a mão pregada não toca

meu pessimismo notívago.

Sozinho com a alma vaga

perdida no jardim dos pecados,

apenas um caixão móvel,

e eu, indesculpavelmente cadáver.

Apesar das proposições da vida,

a sentença carrega reticências.

Solitário entre cascas vazias

sobrevivo no mausoléu:

um dia morre pelo outro…

o coração repete angústias

mas não me assassina em morrer…

Reirazinho
Enviado por Reirazinho em 23/02/2024
Código do texto: T8005443
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