Angústia comum
Meu coração coça o regurgito.
Vejo cemitérios em pessoas,
o desespero abraça os olhos,
e aperta tristeza na terra dos mortos.
Sigo o pressentimento do terrível.
Atento-me ao invólucro
espasmo da existência,
pulsa com o fel da mão de Cristo,
escorre o sangue do homem,
a mão pregada não toca
meu pessimismo notívago.
Sozinho com a alma vaga
perdida no jardim dos pecados,
apenas um caixão móvel,
e eu, indesculpavelmente cadáver.
Apesar das proposições da vida,
a sentença carrega reticências.
Solitário entre cascas vazias
sobrevivo no mausoléu:
um dia morre pelo outro…
o coração repete angústias
mas não me assassina em morrer…