ENCANTARIA

O querer desse sentimento

É fênix

Já o matei

Já o vi renascer do fogo, das cinzas, das lágrimas, do chão do quarto e da sala

[dos poemas de Clarice, Florbela Espanca e Hilda Hilst

Já ouvi seu riso e descaso comigo!

O querer desse sentimento

Sarcástico e cínico

Em cada tentativa de matá-lo em mim

Era um diferente precipício...

Indubitavelmente inútil

Ah, o querer desse sentimento

Torna a cada instante mais propício

Menos lúcido

Levam aos caminhos tortos do corpo teu

Sinuosa teima em desobedecer

[por odiar retas!

O querer desse sentimento

É fênix

Desconsidera todo efeito colateral

Entretanto, estive, dei e vivi dilacerada

Bem te vi, bem te quis

E assim, estive, dei, morri e fui morrer distante, aqui!

Mal me quer sempre me quis.

Maria Mariane
Enviado por Maria Mariane em 18/02/2024
Código do texto: T8001628
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