ENCANTARIA
O querer desse sentimento
É fênix
Já o matei
Já o vi renascer do fogo, das cinzas, das lágrimas, do chão do quarto e da sala
[dos poemas de Clarice, Florbela Espanca e Hilda Hilst
Já ouvi seu riso e descaso comigo!
O querer desse sentimento
Sarcástico e cínico
Em cada tentativa de matá-lo em mim
Era um diferente precipício...
Indubitavelmente inútil
Ah, o querer desse sentimento
Torna a cada instante mais propício
Menos lúcido
Levam aos caminhos tortos do corpo teu
Sinuosa teima em desobedecer
[por odiar retas!
O querer desse sentimento
É fênix
Desconsidera todo efeito colateral
Entretanto, estive, dei e vivi dilacerada
Bem te vi, bem te quis
E assim, estive, dei, morri e fui morrer distante, aqui!
Mal me quer sempre me quis.