TRISTE OLHAR
Uma criança triste,
Num balanço
Tentando esquecer traumas, pesadelos...
Queria ser tratada com desvelo.
Como num balanço
A vida a sacudiu
Com bastante intensidade,
Mas ela não desistiu.
Empurrou-lhe tão forte que,
Às vezes, mal podia respirar.
Recobrava o fôlego,
Pois precisava continuar,
Queria esquecer as dores
Que carregava no triste olhar.
Algumas dores não são traduzíveis,
Transcendem palavras,
Não são vistas pelos outros.
Apenas Jeová que esquadrinha todo seu ser
Sabe o tamanho do seu padecer.
O motivo de cada lágrima derramada,
Cada dor sufocada...
As feridas são profundas,
Mas a vida faz suturas,
Disfarçando as amarguras.
Zélia Oliveira