Wuthering Heights
Quando lembro o passado,
vejo que estava errado,
eu sempre fui Heathcliff,
cultivando um amor intenso,
forte, marcante e até obsessivo,
com uma pulsão violenta no sentir,
no ato de expressar em lágrimas,
do amor ao ódio com risos e mágoas,
crivado pelas dores da vida,
pelo abandono e desprezo,
pelo sentimento de melancolia,
atravessado pela solidão total,
me afeiçoando a quem não me via,
suplicando por migalhas de afeto,
a quem não desejava ter profundidade,
sentindo a humilhação do desamor...
Tu fostes Catherine,
amorosa à priori,
romântica e lírica,
carente e desejosa de amor,
na eterna busca pelo encontro,
tentando fugir aos traumas,
reproduzindo as maldades da vida,
fazendo sofrer a quem te ofertava a lua,
perambulando em seus delírios,
deixou a realidade para trás,
buscando o casamento de status,
infeliz na cena, infeliz no amor,
tateando em sonhos por uma saída,
almejando a luz para a qual estivestes cega,
teu destino talvez não seja distinto do drama,
dos prados solitários de Wuthering Heights...