Motivação
Amo o amor, mas não desejo amar,
Me entrego num suspiro como lá,
Mas cá caio em seus braços,
E na repulsa de sonhar.
E que sonho belo me fez esta noite!
E que agonia sincera é meu amanhecer!
Corra depressa nesta terra que se vê,
Até que eu não te possa mais ver...
Meu orgulho é coisa fina,
Fina de frágil, turva, e discrimina,
Mantém seu preconceito,
Alimenta minha ferida.
Cansados desta história?
Eu também!
Maldita foi a hora do encontro dos tempos!
Do encontro de lamentos e da compreensão...
Da disputa do "eu quero", e do "agora não".
Me dissolva nesse presente,
Me deixe menos descrente,
Que o passado vem de antemão...
Como não sucumbir a esta desgraça?
Como abraçá-lo?
Como segurar estas mãos?
Me oriente num futuro,
Me bote num lugar seguro,
Enquanto assim digo "não".
Sinto pena, às vezes raiva,
Sinto a alegria de estar salva,
E a tristeza, novamente, da compreensão:
Somos nós os donos da terra,
Que pouco sabemos dela,
Mas vendemos motivação.