Erros nostálgicos
Mais um rasgo no teu véu
Mais uma página arrancada as pressas
E substituída por incertezas.
Faltam pontos para tantas interrogações
E por mais que exclame, ninguém se importa;
Existe ponto e vírgula em cada pensamento teu.
No fundo dos seus olhos, há apenas breu;
Uma viscosa camada de atitudes errôneas
Que coleta cada tentativa de melhora,
E vomita infinitos graus de piora,
E que, de alguma forma, nunca foi remediado.
Permaneceu o crescimento desenfreado
Até vazar pelos teus olhos, ouvidos
Pintar tua pele seca,
Manchar o teu vestido.
Tomando formas que você entende
Decaindo em suposições, memórias estáticas
Que não representam nada
Para uma mente que deixou de funcionar.
Sinto-me velho quando te vejo,
Sinto as antigas dores de joelho
Quando tinha que te carregar.
Quando subia, descia
Andava e corria
Nos pequenos sulcos que você deixava
Quando rastejava por aí.
As certezas que eu possuía foram danificadas
Expostas ao tempo, abandonadas.
Tratadas com o mesmo teor do qual fui tratado.
Com o mesmo grau de escárnio em que fui descartado, descartei
Anos perdidos, que não voltam
Mas aparecem de tempos em tempos em meus sonhos
Para me lembrar das vezes que errei
E que apenas errei
Ao confiar em você.