Erros nostálgicos

Mais um rasgo no teu véu

Mais uma página arrancada as pressas

E substituída por incertezas.

Faltam pontos para tantas interrogações

E por mais que exclame, ninguém se importa;

Existe ponto e vírgula em cada pensamento teu.

No fundo dos seus olhos, há apenas breu;

Uma viscosa camada de atitudes errôneas

Que coleta cada tentativa de melhora,

E vomita infinitos graus de piora,

E que, de alguma forma, nunca foi remediado.

Permaneceu o crescimento desenfreado

Até vazar pelos teus olhos, ouvidos

Pintar tua pele seca,

Manchar o teu vestido.

Tomando formas que você entende

Decaindo em suposições, memórias estáticas

Que não representam nada

Para uma mente que deixou de funcionar.

Sinto-me velho quando te vejo,

Sinto as antigas dores de joelho

Quando tinha que te carregar.

Quando subia, descia

Andava e corria

Nos pequenos sulcos que você deixava

Quando rastejava por aí.

As certezas que eu possuía foram danificadas

Expostas ao tempo, abandonadas.

Tratadas com o mesmo teor do qual fui tratado.

Com o mesmo grau de escárnio em que fui descartado, descartei

Anos perdidos, que não voltam

Mas aparecem de tempos em tempos em meus sonhos

Para me lembrar das vezes que errei

E que apenas errei

Ao confiar em você.

João G F Cirilo
Enviado por João G F Cirilo em 29/01/2024
Código do texto: T7987242
Classificação de conteúdo: seguro