Eterna

A noite eterna jaz a porta

palavras estranhas lançadas ao ar

não vão nos libertar do que criamos

O medo e o frio, compreendidos como nunca,

são como sangue em nossas veias

nunca vão embora.

Os olhos da luz enfim fechados

lacrados pelos nossos pecados

calados pelas nossas paixões humanas

não iluminam mais.

Tudo o que fomos e já não seremos mais,

todos os sonhos desfeitos pelo tempo,

perdidos para sempre.

O choro de uma criança

suas lágrimas que logo tocam o chão,

é a única imagem que posso pensar nesse momento,

toda a nossa humanidade

agora apenas como uma lenda antiga

palavras dos antigos as quais ninguém se importa.

Talvez venha existir um povo semelhante a esse no fututo,

que caminhe pelos mesmos bosques.

que sinta a carícia do vento

o bom cheiro das rosas

mas que ao contrário de nós não mate seus semelhantes

não se percam na escuridão da noite

e não vejam essa noite a qual vivemos hoje

a beira da morte eterna.

Nós os que estão a beira da eternidade o saudamos

criador das eras e dos tempos imemoriais.

O saudamos supremo criador da vida

por suas obras tão perfeitas como tú.