MEDO
Me abrace nessa madrugada,
Venta muito forte,
Tenho medo do desenredo,
Da vida, da morte,
Medo dos meus segredos,
Da insônia enviesada.
Tenho medo da luz, do breu,
Do fragmentado termo,
Da reticência... do porque,
Medo de ser eu,
De conviver com meu ermo,
Ao mesmo tempo, com o meu labirinto,
Medo do amor absinto,
Que eu sinto por você.
Medo de ser um recinto,
Da estranha loucura,
Das figuras intermitentes,
Formadas pela lua nublada,
Medo de não encontrar tangente,
Para a assustada estrutura,
Medo que a alvorada,
Não me matize.
Me abrace, não diga nada,
Apenas, me poetize,
Com seu olhar de ternura.
Sei, "o que a vida que da gente,
É coragem",
Mas, o medo faz a sondagem,
Congestiona as esquinas,
Desgraçadamente, predomina.