Tiamat
Em meio a pedras, fizeram-me carne
Mesmo que exista silêncio neste profano hino
Eu encontrarei notas de vergonha e solidão
Minha carne cortada e dilacerado meus tendões
Não encontro voz quando vocês me são a doença
E meu corpo age como imunossupressor a peste
Pereço a cada gesto e palavra de sentido ambíguo
E vejo minha carne apodrecer em sua peçonha
Meus nervos me alertam de que a dor agonizante
É uma brisa perto do furacão que a aflição incessante
Causa se aproveitando de meus medos e vergonha
Como uma carga elétrica no pescoço de um suíno abatido
Sinto o coro dos infames sorrir para minha derrota
Se soubesse o quanto luto, o quanto tento não ceder
Para a não me sobrecarregar de ódio apesar de tudo.
Ainda que sofra por amor,
Ainda que sofra por meu tempo
Fugir de mim como meus ossos no ventre de uma jiboia
Suco gástrico corroem-me
Algemas em lugar de um cordão umbilical
Veja a patética figura, fascinado pelo desejo de Pinóquio
Pois ser imaterial, insensível, seria um sonho real
Sei que sou apenas mais um a ser dissolvido e recriado
Corpo, mente, alma
A quantidade de seres inumanos populando a deformidade
De um mundo que se tornaria dos filhos daqueles que se opõem
E daqueles que dividem do desejo de popular o dobro do universo
Aguas matriarcais trazem desejo de tantos outros disformes seres
Nascidos do não planejamento e da mera vontade de como uma vida
É conduzida a existência
Nascidos de terrores imprudentes e loucuras
A razão só pode ser uma
Se o túmulo carregas no ventre,
Guerra contra a loucura do acumulo de almas
A serpente matriarcal cortada
Consequências haverão, mas finalmente
Criados e não gerados
Um novo céu e uma nova terra
Do fim da serpente um universo haverá
Do fim do meu brado restará
Uma lâmina no cordão que usa para me aprisionar a você