Incompetente

O véu da escuridão nubla meus olhos

Quem dera ser cura

Quem dera ser ópio nessa vida dura

Mas sou só, no trigal, o odioso joio...

Aí está o precipício poeta

Aí está a verdade

Só deixar-se cair

O zero não é número amor

Quem dera controle

Quem dera dizer não ao desejo que teu corpo me impõe

Mas só pulsante, ardente e crescente ardor...

Aí está o ponto poeta

Deseje menos poeta

Caia mais poeta

A sombra não é refresco, querida

É só a faísca que me embebeda

Tuas lágrimas são o bastante para que perceba

Não sou cura, sou um verme que consome tua vida...

Cristian
Enviado por Cristian em 09/01/2024
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