Enfim, o ocaso do corpo
Na tristeza do meu peito a tanto suspirar
No pranto que escorre, qual chuva fina,
A sombra de um carvalho a se inclinar,
A uma forca triste, minha alma se destina.
Oh, saudade que corta como afiada lâmina,
Entre lembranças que não querem findar...
No peito, o eco de um amor que declina,
Nas manhãs nubladas da vida, a desbotar.
Na tarde pálida, até o Sol dos montes se despede,
Como o amor que, tímido, nos acena e logo se perde
Em sombras lentas que devoram a humana alegria.
Então, me automutilo para sentir que, talvez, eu ainda existo;
Choram as próprias lágrimas neste mundo onde muito sinto;
E o ocaso do meu corpo enforcado no carvalho é a sacra abadia.
[Cria-se, do fundo do sepulcro, o altar da culpa, do engodo e da hipocrisia.