Rasgos de Lamúrias

Transcendi o pleno ser vivente,

encontrei a luz no fundo do túnel reluzente

na triste tristeza dos olhos amargurados.

procurei ser compreendido pelos corações dilacerados,

suturados com

as linhas oxidadas

de abraços falseados.

Rasguei a alma, perfurei o coração com cada lágrima colhida no olhar desconhecido do sofrimento rotulado de inovação

fui açoitado pelas mãos que me amaram aparentemente,

até ver marcado na pele o tom daquele amor deprimente,

que absolveu todo ar em mim,

fez refém o meu sentir,

encarcerou eternamente o meu sorrir,

sorteou aos quatro ventos o pouco de ser que existia em mim,

despiu minha humanidade,

reduziu-me a um ponto no trajecto,

desfigurou-me a cada golpe de falsidade,

até fazer-me indesejado ser obsoleto

Transcendi o pleno ser vivente,

orbitei a solidão

no caminhar da multidão,

e encontrei aporte nas lamúrias encaixotadas

em cada rosto suado de lágrimas,

irrigado de vazios sorrisos comprados

Rasguei-me em lamentações lamuriosas,

exaltei,

a cada novo golpe imposto,

a voz inquisidora do ser desfigurado,

do ser apunhalado pelas mãos cuidadoras e amorosas!

Transcendi o ser vivente, aprisionado a sete chaves nos

Rasgos de lamúrias!

Ongendelei Hekele
Enviado por Ongendelei Hekele em 08/01/2024
Código do texto: T7971967
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