Aborrecido e cansado
Eu tentei trazer minha alma velha para uma vida nova
E eu me quebro quando os limites do meu eu atual se apresenta
Eu nunca chorarei, não derramarei uma lágrima
Mas com certeza estarei de luto por meus sentimentos
Por mais que ainda existentes, não condizentes a minha vida
Me perdendo em emoções ardentes, queimo meu ser e é sufocante
Eu não tenho ninguém para me responder quando eu voltar
Não tenho solo firme para edificar
Não tenho potencia ou agência sobre minha vontade
Não desejo apenas aplaudir os outros, quero encontrar
Uma maneira para que a carne que rasteja e a alma que deseja
Encontrem um ponto em comum com o que sou e posso ter
Pois não se preocupe, a dor não é apenas sobre meu amor
Eu sinto que cortaram-me os membros mas me proibiram de sentir dor
Pregos em formato de cruzes me prendem contra a parede
Em exposição para o que não simpatiza com minha desonra
Destronado de o que me é de direito e implorando por migalhas
Estou talvez cansado demais, amaldiçoado por Cronos
As bênçãos de Hipnos são meu único consolo
Quando até nascer se tornou um compromisso
Preso em uma redoma a disposição para ser visto
O espetáculo da vida sem frutos e sem sonhos
Apenas dogmas e obediência cega
Que ria me encontrar no meio de minha loucura
Mas eu não desejo viver para envelhecer outro dia
Já se passou muito tempo, deixe-me sonhar
E deixe-me existir indeterminadamente sonhando