DESABAFO...

Não quero samaritanismos de fim de ano

O que lhe digo é que estás afundando

Quanto mais sobes na escala social

Mas desces na escala moral

Quem cerca-lhe enoja-me

Não necessito de bola de cristal

A lama em que estás chafurdando nosso filho

Já causa o odor em minhas narinas

Há muito Penso assim Teu meio social é uma areia movediça

Sob a qual se esconde a hipocrisia e a mediocridade

Já não tens nenhum sentimento por ti

O tempo urge para mim

E não tenho tempo a perder

Siga teu rumo e seja feliz nessa vida que escolhes-te

O que conseguimos com nosso filho

Além de transformá-lo eu órfão de pais vivos

Talvez seja esse meu maior ressentimento

Pensei que morar com você fosse o melhor para ele

Mas como poderia imaginar em algum momento

Que iria transformar-se nisso que és agora

Siga atrás do vil metal com todas as forças

Mas por favor, eu lhe peço de coração

De um minuto sequer de tua atenção a ele

E não me venha com essa velha idéia

Que lhe damos tudo, pois nada lhe damos

A não ser o isolamento total

E lembre-se com quem ele mora

Siga sua vida e seus relacionamentos não convencionais

Mas nunca se esqueça do que lhe falei

Nosso filho não precisa apenas de luxo

Carinho é do que ele precisa

E como não freqüento mais teu meio

Sinto-me impotente ante tal situação

E a mim nada mais resta

A não ser pedir perdão a meu filho

Posso parecer radical mas o amo

E isso para mim é tudo

Mas para você parece nada

Leilson Leão

Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 28/12/2007
Reeditado em 02/01/2008
Código do texto: T795329