Ruas Gélidas
Nas ruas gélidas de um lugar esquecido,
O silêncio é meu fiel companheiro,
Caminho solitário e comprometido,
Sob o céu vazio, sem paradeiro.
Entre sombras frias e ventos cortantes,
O eco dos passos ressoa sem rumo,
Sigo adiante, entre olhares distantes,
Num mundo onde a solidão é meu resumo.
Às vezes, vejo rostos desconhecidos,
Máscaras ocultando suas dores,
Cada qual com seus fardos escondidos,
Neste cenário de tristes cores.
Pelas vielas gélidas, meu ser vagueia,
Refletindo sobre o sentido da jornada,
Entre a melancolia que me incendeia,
E a busca por uma saída esperada.
Ah, como as ruas desertas me falam,
De um vazio que habita em cada esquina,
Questionamentos que a alma embalam,
Neste mundo onde a solidão domina.
Às vezes, sinto-me um exilado,
Perdido nas ruas sem direção,
Num cenário gélido e desolado,
Buscando a luz na escuridão.
O frio cortante atravessa a pele,
Ecoando a frieza da alma minha,
Num mundo onde a solidão revele,
A verdade crua, sombria e sozinha.
Mas mesmo entre sombras e desamparo,
Há uma centelha, um fio de esperança,
Que mesmo no escuro mais amparo,
Aquece o coração na triste dança.
Pelas ruas gélidas, sigo em frente,
Numa busca incessante por abrigo,
Tentando encontrar, serenamente,
Um sentido para este vazio antigo.
E assim, pelas ruas sem destino certo,
Eu e a solidão, em silêncio profundo,
Buscamos um alívio neste deserto,
Neste mundo onde a alma busca um rumo.