ABJUGAR
Liberta do corpo vil
A alma que ainda sonha
Pois o coração é poço vazio
O que a vida deu, agora toma
Onde a dor persevera
Velou até ontem a esperança
Logo apagou a chama da vela
Ficando ainda maior a distância
Lágrimas não são como chuva
Cada nuvem esconde um trovão
Não vou me alimentar da dúvida
Tampouco postergar em um refrão
Sou o prisioneiro que não foge
Das armadilhas feitas pelo tempo
Não vejo a luz do sol como uma ode
E o mundo gira feito um cata-vento
Meu espelho é um caco de vidro
E pouco demonstra quem eu sou
Todo ouro foi levado por um bandido
Que alguns costumam chamar de amor