Dor da Ausência Presente

Aprendi deixar no papel

Toda minha dor,

Tudo que fere,

Machuca,

Se esconde, aos olhos

Reprimidos pela maldade da fonte.

De quem bate com palavras De renúncia,

De falta de afago,

Da responsabilidade de quem era para cuidar e a amar.

Já se foi o dia de presentear,

Agradar, ensinar,

Ensinar coisas de gente grande,

Empenhar o papel

Do Gigante.

Do orientador,

Que mostra seu valor.

Arruma oque está errado;

Mas jamais desiste do que foi presenteado.

Filha, cadê seu pai???

Pai, quem é sua filha????

Já não se reconhecem

Pelos vestígios de palavras deixadas.

Da lágrima que cai ao falar.

Aquele que foi escolhido à agregar,

A mão agarrar

Para quando tiver pronta soltar.

Muita coisa aprendi só,

Com medo de partilhar,

E meu pedido negar ..

Ou... se quer me olhar!

Já pus muitos substitutos....

Para serem reconhecidos no seu lugar ....

Avô, tios ...

e pessoas

Que disseram.

Sentiram.

Olharam..

Abraçaram...

Aconselharam...

E até... intercederam Em oração

Pela aquela prova,

Ou até aquele momento alegre

Que negou ser pai

Hoje, já não sinto tanto..

Aquela ausência

Que ainda fica na lembrança

E já tenho à distância

Que sempre ficou

Ainda faz maldade,

E insiste em negar

Sua única responsabilidade

De amar...

PAI

Só quero te honrar