Saudades

Na vastidão do tempo, ecoa a saudade,

Em versos, meu ser se desnuda na verdade.

Fui outrora uma sombra do que hoje sou,

No eco do passado, um eu que já se esvaiu.

Os dias se entrelaçam como fios de memória,

Na teia do destino, desvendo minha história.

Saudade da inocência, da pureza perdida,

Em cada lembrança, a alma sofrida.

Caminhei por estradas, trilhei caminhos,

Perdi-me em encantos, vivi desalinhos.

O tempo, inexorável, moldou meu ser,

Sinto a saudade, a metamorfose a doer.

Oh, como a juventude se despediu de mim,

De sonhos tecidos, que agora têm fim.

Não serei mais quem um dia fui, é certo,

Na saudade, o lamento, um eterno concerto.

No espelho, reflexo de quem não sou mais,

Na pele, marcas de amores e desamores vorazes.

As estações mudam, e eu mudo com elas,

Saudade daquilo que fui, sombras, centelhas.

Em cada verso, um eco do que se foi,

Um suspiro da alma, que insiste em dizer: foi.

Mas no hoje, na pele do ser que hoje habito,

Encontro a saudade, um eterno convite.

Ao passado, dedico estas linhas de saudade,

Na certeza de que o que fui, à eternidade.

E como a maré que vem e vai sem cessar,

Sigo, transformado, na dança do lembrar.

Diego Schmidt Concado

Diego Schmidt Concado
Enviado por Diego Schmidt Concado em 20/11/2023
Código do texto: T7935955
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