Depressão a prisão da anti-vida
A vida perdeu sua cor e seu respectivo valor
A comida deixou de ter sabor e insossa se tornou
Alegria cedeu lugar ao pavor acompanhado de temor
O sol apenas aquece e não brilha
A lua deixou de externar seu encanto na rotina
As flores não se destacam no jardim, assim como as crianças pararam de sorrir
Sinto a vida esvaindo pelas mãos, tento segurá-la mas o movimento é em vão
Ouço as fracas batidas do coração, respiração ofegante e corpo sem ação
Vejo falecer toda e qualquer motivação
Dando lugar ao marasmo e desânimo
Elevando todo pranto na forma da síndrome do pânico
Como uma prisão invisível
Essa sensação de anti-vida é infalível
Muitas das vezes incompreensível
No entanto letal e totalmente previsível
É estar num mundo sem amigos, vivendo sem algum motivo
Não se emocionar com algum mimo e o almoço de domingo
Não almejar nenhum carinho
Tornando-se completamente incompreendido
Se comportando como um ser desprezível
Sem se importar com o próprio umbigo
Despindo-se de todos os sonhos e planos
Se render e perder para seus próprios conflitos
Oh! Cruel prisão da anti-vida
Abstrata porém bem ativa
Com portas fechadas e trancadas
Difícil de ser aberta e arrebentada
Por: Saulo Rodrigues