Monólogo do medo
Eu sou a voz que te cala
conhecida angústia que te fala
quando a tua boca
trêmula, inquieta-te a'lma
Quem diria ... quando chego
Assim, quieto sem perceber
acolho-te, frio, neste desespero
este sou eu,o medo que te faz sofrer
Tu andas distraído, sem filtro
sem visão, cambaleia incrédulo
e voltas sempre para mim
pois sou o caminho da tua ilusão
Em ti me deleito, quanta alegria
em teu corpo, pensamentos e sono
E neste desassossego, tu nem percebes
tu me chamas, pois sou teu dono
Tenta, respira e não te permites
roubei-te de ti e quem és tu? Já nem sabes
os teus caminhos não reconheces
tuas entranhas arregaças por onde passo
E quando teus olhos encontram o chão,
eu te vejo pobre, enlaço teu coração
tomo para mim tudo de bom
pois tu esquecestes de viver
Os sorrisos e o sentir de cada amanhecer
o divino presente da vida
Encontros se perderam, ficou o vazio...
Eu sou teu medo, de novo, muito prazer!