Monólogo do medo

Eu sou a voz que te cala

conhecida angústia que te fala

quando a tua boca

trêmula, inquieta-te a'lma

Quem diria ... quando chego

Assim, quieto sem perceber

acolho-te, frio, neste desespero

este sou eu,o medo que te faz sofrer

Tu andas distraído, sem filtro

sem visão, cambaleia incrédulo

e voltas sempre para mim

pois sou o caminho da tua ilusão

Em ti me deleito, quanta alegria

em teu corpo, pensamentos e sono

E neste desassossego, tu nem percebes

tu me chamas, pois sou teu dono

Tenta, respira e não te permites

roubei-te de ti e quem és tu? Já nem sabes

os teus caminhos não reconheces

tuas entranhas arregaças por onde passo

E quando teus olhos encontram o chão,

eu te vejo pobre, enlaço teu coração

tomo para mim tudo de bom

pois tu esquecestes de viver

Os sorrisos e o sentir de cada amanhecer

o divino presente da vida

Encontros se perderam, ficou o vazio...

Eu sou teu medo, de novo, muito prazer!

Nadia Voga
Enviado por Nadia Voga em 17/10/2023
Reeditado em 27/10/2023
Código do texto: T7910908
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