Justificando o Platonismo
Em uma noite de terror,
Abrem-se portas ao amor,
Que porventura na tormente,
É uma saudade que alimenta.
Desliguei os aparelhos,
Tuas mensagens ignorei,
Dobrei meus joelhos,
Ao orar, eu só chorei.
Não respondi tuas cartas,
Nem abri minha porta,
Supri suas faltas,
Fingi que não importa.
Nas noites apáticas,
Nossos olhos em lágrimas,
Anciando pelo dia que conhecemos,
Não querendo o futuro que nos esquecemos.
Dedicamos sorrisos infantis,
Como aventureiros de primeira viagem,
Pensamos em casas vís,
Estávamos só de passagem.
Somente amor platônico,
Com despedida sob lençois frios,
Partimos era canônico,
Éramos simples fios.
Me leve àquela noite que nos conhecemos,
Apesar que nada mudaria,
Mesmo que amássemos,
Você me abandonaria.
Procuramos conforto à Deus,
Sustento divino à negação,
Não me supreendo com o adeus,
O que me fisgou foi a ilusão.
Me leve ao dia do primeiro cumprimento,
Faríamos o mesmo juramento,
Logo descumprido,
Logo esquecido.
Antes amados,
Por hora esquecidos,
Agora fardos,
Já esqueço seus sorrisos.
Digo a mim mesmo,
Como forma de conforto,
Que não sou o mesmo,
E Deus não está morto.
Que sois sóis,
Em cheiro de formóis,
Ora pois,
O sol se pôs.