Tua ausência, Pt. III

Acabei abraçando, outra vez, teu pingente.

Aquele, que me deu lá no início de ano, de presente:

"Descansa: você é amado".

E descansei, várias vezes, nessa verdade.

Mas, agora que você se foi e eu, também,

Não entendo mais como é ser amado,

nem pretendo mais compreender, outra vez.

Quisera eu ter feito muitas coisas outras com a intensidade

que aguardava de mim e que eu, por uma ou outra insensatez

de minha parte, me amedrontei. Deixei de lado.

Agora, de fato, pior que a morte é tua ausência.

E nada mais há o que fazer

A não ser aguardar pelo milagre de nossa ressurreição.

Se o amor nunca morre, ainda que morra, viverá,

e trará a nós, novamente, o batimento da ação

de poder amar, uma vez mais, um ao outro, pois vencerá

o amor, se realmente não enganamos a nós mesmos ao querer

alimentar a ilusão que é viver - nós dois - sem o outro.

Eu apenas vou amar você para sempre,

até que a verdadeira morte me arrebate desse martírio... de viver, sem você.

Nada mais há o que fazer

A não ser guardar o amor,

com lágrimas e dor,

de um interminável ardor

da ausência nossa em querer,

lado a lado, viver.

ALIVAVILA
Enviado por ALIVAVILA em 13/10/2023
Reeditado em 13/10/2023
Código do texto: T7907411
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