Imóvel
Imóvel, inanimado, insensível
Como um espantalho de pedra
Eu findo meus dias na espera
Pelos corvos negros do destino
Sobre covas esquecidas
onde, sem velas, jazem
A máscara dos personagens
Que vesti em minha vida
E nas minhas mãos macias
Que devotei ao deus preguiça
Não carrego nenhuma flor
Não construí nenhuma obra
Somente a poesia penosa
Esbanjando lamento e dor