Imóvel

Imóvel, inanimado, insensível

Como um espantalho de pedra

Eu findo meus dias na espera

Pelos corvos negros do destino

Sobre covas esquecidas

onde, sem velas, jazem

A máscara dos personagens

Que vesti em minha vida

E nas minhas mãos macias

Que devotei ao deus preguiça

Não carrego nenhuma flor

Não construí nenhuma obra

Somente a poesia penosa

Esbanjando lamento e dor

Murilo Paes Corrêa
Enviado por Murilo Paes Corrêa em 11/10/2023
Código do texto: T7906337
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