Vivendo no reino do rei dos vírus - Parte I
Antes, eu não estava bem.
“É só um probleminha”, pensei
“Que mal tem?”
Mas, quando o rei Vírus chegou,
A coisa mudou,
E no fundo do poço ele me atirou.
Agora, o meu probleminha,
Aquele que eu tinha,
Uma bola gigante se tornou
E me esmagou.
E eu não estou bem.
Eu quero sair,
Mas, não consigo sair.
Pois, tenho medo que o Coronavírus,
O rei Vírus,
Ainda esteja ali.
E ficar não é a minha opção.
As águas do poço me causam tribulação.
“Que tormento!”
Elas são os pensamentos
Do meu coração.
Cada gota fala.
Cada gota pertuba.
E isso só me machuca.
E creio,
Que eu não estou sozinho.
Um monstro veio,
Lá do escurinho:
O monstro do perfeccionismo.
Ele é mau.
Nem um pouco legal.
Tenho medo de falar com ele.
Por isso, eu escrevo para ele.
Mas, não adianta.
Tudo o que escrevo na hora,
O monstro reprova
E devora sem demora
Na janta.
O monstro me fez escravo dele.
Ele me enganou.
“Como fui tolo!”
Disse que todos
Queriam que eu fosse como ele.
Mas isso nunca será verdade.
“Quanta monstruosidade!”
O monstro mentiu,
Dizendo que tudo sairia certo assim.
Mas tudo só errado saiu
Para mim.
“Estou preso na minha mente!”
E eu quero sair.
Mas, na minha mente,
Penso que tudo dará errado
Se eu sair.
“E agora, alguém pode me ajudar?
Será? . . . Será?”
Isso é o que me pergunto,
Mas não respondo.
“Ora, porque alguém deveria me ajudar
Ou ao menos tentar,
Resolver esse problema que eu causei,
Ou derrotar monstros, derrotar,
Coisas que eu mesmo inventei?”