Tristeza II
Tristeza
Sinto hoje, uma tristeza tão grande, que eu mesmo não sei
de onde vem.
Pois que nada me falta, e nada me sobra.
Tenho tudo na medida certa das minhas necessidades.
Sinto uma tristeza, que não sei de onde vem.
Vem de dentro do peito, como se lá ela morasse.
Meu peito parece ser a residência deste monstro triste, que o
ocupa todo.
Não é necessário haver causa, pois que lá é sua morada.
É no meu peito que ele mora.
Este monstro amorfo e cinza, que se chama tristeza,
tem o poder de ocasionalmente se expandir, de se alargar.
E em dias como o de hoje, toma conta de todo o meu peito.
Hoje, eu não tenho mais peito, pois que todo ele é ocupado
por esta tristeza.
Tenho uma tristeza no peito.
Tenho uma tristeza, que não sei de onde vem,
e que não vai para lugar nenhum.
Porque tenho o meu peito fechado.
Não o abro!
Não o exponho a ninguém!
Tenho em vez de peito, uma tristeza.
Mas pareço feliz!