POESIAS SEM LEITORES.
POESIAS SEM LEITORES.
Tua voz não mais ouvirei, teus abraços
Teus conselhos, teu esmero com a aparência
Tua consciência justa, teu olhar de reprovação.
Sei que outros, maus, te julgarão
Quiçá a inveja perdera seus cabaços
E as pedradas demonstrem a incompetência
De um humano que é tão perfeito quanto o erro
E tão vaidoso como Frankenstein.
Assim, o ódio tem seus fractais de amor de influência
Como um pastor que prega a paz com um fuzil na mão
O homem ainda é um micróbio, bactéria voraz
E como tal, é um estrondoso fardo de decrepitudes
Despejando tua beleza d’alma num aterro
E puxa feliz tua carroça, se achando um Einstein.
A dura infância sem pai, trouxe-lhe cedo a experiência
A responsabilidade de laborar para o pão
Era o teu brinquedo que não dá cartaz
Donde o homem tem de ser forjado por tuas atitudes.
Vi teus braços, antes fortes e firmes, hoje cansados e falidos
Teus vigorosos passos já não andam mais
Só com a ajuda de outros animais
Que de tristezas, também são abatidos.
Vidas são poesias sem leitores, e o universo, é seu credor
E sei, que só os que têm saudades, sabem o que é dor.
CHICO BEZERRA.