Adeus
Um adeus não é um até um dia.
O adeus dói.
Enquanto nos sentimos vazios
Também nos enchemos
De tristeza
De interrogações...
Precisamos silenciar
Enquanto a nossa mente
Grita:
- Porquê?
É engraçado
Que sempre oferecemos
Palavras de carinho
No momento da despedida.
De certa forma reconfortamos
Os outros
Mas depois
Depois o silêncio
A despedida finda
O nada
Que é tanto
Dentro de nós.
E tanto dissemos
E tudo achávamos entender
E a esperança
A força que acreditamos ter
Parece que se esfuma
Num véu de esquecimento
Que nos humaniza
E mostra todas as nossas fragilidades
Há despedidas tão difíceis
Quanto a certeza de que não mais
Nos abraçaremos.
E depois da porta fechada
É aterrador o silêncio
O vazio que nos devora
A saudade que aínda não o é.
Mas já se alastra no peito.