O eco de saudade
Na escuridão da noite, meus olhos se perdem,
Em memórias desfolhadas, onde você existia.
A dor em meu peito não se contém,
Ao recordar a partida, que tanto afligia.
Não suporto sentir o vazio que deixou,
Como um eco constante, a me assombrar.
Teu sorriso brilhante, que nunca apagou,
Hoje é uma saudade que não posso evitar.
O coração enlutado se debate em agonia,
As lágrimas rolam, profanas, pelo rosto.
Como suportar a ausência, nessa melodiosa melancolia,
Quando tudo o que resta é um vazio impreciso?
Nas noites solitárias, busco tua presença,
Nas estrelas que desprezam o tempo fugaz.
Talvez encontre em sonhos, a fagulha da existência,
Que levaste contigo, para além do cais.
Mas a saudade é traiçoeira e implacável,
E se agarra a cada respirar que dou.
Como encarar a morte e seu abraço inevitável,
Quando tudo o que mais desejo é que não partas, vou?
Enfrento a tempestade, a temeridade do adeus,
Mas por mais que tente, nunca hei de esquecer.
Pois as lembranças se entrelaçam, firmes, nos meus véus,
E se recusam a me abandonar, insistentes em prevalecer.
A falta que sinto é uma dor que dilacera,
Incapaz de cicatrizar, na eternidade do meu ser.
Porém, sei que um dia, nossos caminhos hão de se encontrar,
E juntos, lado a lado, em paz poderemos florescer.
Até lá, carrego a saudade como um poema,
Esculpindo com palavras a dor que jamais cessará.
Pois não suportar a perda é uma dura pena,
Mas sei que meu amor por ti nunca se renderá.